A brincar a brincar… encontrei a minha vocação!

                Recordo a minha recente infância como uma fase muito feliz. Eu brincava com bonecas, jogos e inventava brincadeiras, transformava brinquedos e dava-lhes utilidades. Cedo comecei a inventar negócios, contando com a cumplicidade dos meus pais e ajuda do meu irmãozinho mais novo (desculpa maninho as vezes que te explorei =P). Conseguia vender tudo, pedras, conchas, flores do jardim, etc. Quando os meus clientes (avós, tios, vizinhos, amigos…) diziam que estavam “servidos” eu imediatamente sugeria uma rifazinha. Rifava tudo, brinquedos, roupas, bijuteria, loiça…quando os meus clientes não queriam o prémio eu recebia-o de volta e voltava a rifá-lo (o meu avô ria-se sempre que lhe saía o mesmo boneco).
                Quando sentia que estas iniciativas começavam a incomodar os meus clientes, perguntava-lhes o que precisavam. A determinada altura começaram a queixar-se que andavam cansados, stressados. Então surgiu-me a ideia de criar uma “Empresa de Massagens”. Tinha 8 anos, perguntei como se fazia, reparei como outras empresas trabalhavam. Arranjei uma sócia, a minha prima Ana. Investi algum dinheiro em cremes no Lidl, outros deu-me a minha mãe. As massagens eram no meu quarto, empilhei algumas toalhas, arrumei os cremes, seleccionei música calma, fiz um cartaz para a porta do quarto, fiz tabelas de preços, promoções, publicidade no vidro de todos os carros que iam a minha casa e até tinha folhas de sugestões e reclamações.
                Tive muitas clientes, recordo com especial carinho o dia em que fiz a minha melhor limpeza de pele, à minha cliente mais fina, à prima Antónia Machado, senhora muito elegante e bem cuidada. Chegara a minha casa, bem vestida, com base e bem maquilhada. Sugeri-lhe que escolhesse um tratamento da vasta lista. Escolheu limpeza de pele, tratamento do rosto. Que maravilha, gastei quase todo o algodão a tirar a base e a maquilhagem, de seguida, lavei-lhe a pele com um produto, molhei-lhe um pouco do cabelo que chegara muito bem penteado, ela disse que não fazia mal, fiz-lhe uma massagem relaxante e por fim apliquei-lhe um hidratante. Ficou branca que parecia um “fantasma”. Na altura não percebi porque todos se riram muito quando a viram chegar de mão dada comigo. Depois desse dia a prima passou a só querer massagens nas mãos.
                Chegou o Verão, e já ninguém queria ir ao meu gabinete de massagens, pelo que resolvi apostar em criação de modelos e desfiles de moda. Novamente com a minha prima cortámos e recriámos roupas velhas que deram origem a criativos modelos de alta costura. As avós deram-nos cortinados e lençóis velhos que nós às escondidas de todos cortávamos e costurávamos, por vezes agrafávamos. Depois era só juntar a família e os amigos (normalmente nos aniversários), arrumar e decorar a cave, desenhar e enfeitar a passerelle. Cobrar entradas, pôr música adequada aos desfiles, apresentar os modelos… a tia Bela encerrava os desfiles vestida de noiva.
                Posteriormente, dediquei-me a fazer bijuteria com cordão de cabedal e pasta de moldar, massa Fimo. Fiz pulseiras, colares, pendentes…
(….)
                Passaram alguns anos, ao entrar na Universidade, senti que deveria optar por Gestão de Empresas. De facto, sempre senti interesse em negociar, em ganhar dinheiro.
                Este blog além de me fazer revisitar com satisfação a minha infância, irá certamente dar-me pistas para futuros negócios.
                Convido-vos a partilhar os vossos primeiros negócios!